Sua senha estará na palma da sua mão
24/08/2010 - Fonte: - Jornal A Gazeta do Espírito Santo. Por: Mikaella Campos malmeida@redegazeta.com.br
A
íris, a digital, a palma da mão, a voz e até a face. Serão dessas
formas que muitas instituições vão identificar os clientes e permitir
as transações bancárias. As senhas e os cartões serão deixados de lado
para que a leitura biométrica, que reconhece as características de cada
pessoa, seja implementada. E não pense que as mudanças são para o
futuro. Para trazer mais segurança, as instituições já começam a
cadastrar os clientes para o novo formato de serviço. Os aposentados do
INSS são os primeiros privilegiados pelas medidas de segurança. Com
essa tecnologia, será o fim da ditadura das letras de acesso e dos
chaveiros eletrônicos, que exibem um código que muda em segundos para
quem utiliza o atendimento do internet banking. Para quem só usa banco
on-line, já existem até computadores e notebooks com leitores
biométricos, que vão garantir a mesma segurança para quem utilizar os
caixas eletrônicos. Entre as instituições financeiras que estão na
corrida para libertar os clientes de documentos está o Bradesco. Todas
as agências do banco no país contam com a leitura biométrica. Cerca de
10% dos caixas estão adaptados à nova tecnologia. No caso do banco, o
serviço biométrico que está em teste é a leitura das veias da palma da
mão do cliente. A partir daí, o cliente poderá ter acesso à
conta-corrente e a serviços como saques, transferências e retirada de
extrato bancário. A segurança do serviço é tão grande que os
aposentados que recebem o benefício pelo banco, por exemplo, serão
dispensados do recadastramento anual organizado pela Previdência
Social. Mas até que o sistema saia da fase de análise, ainda será
preciso oferecer a senha nas transações. A Caixa Econômica Federal e o
Itaú também iniciaram os estudos para instalar nas suas agências a
identificação biométrica. Segundo os bancos, o cliente vai usar sua
digital para ter acesso aos serviços. A intenção é proporcionar
agilidade e segurança, bem como melhorar a qualidade do atendimento
tanto para os usuários do banco, quanto para as pessoas assistidas
pelos programas sociais do governo federal. Os demais bancos estudam
adotar desde leitura da íris até identificação de face e voz humanas
para substituir as atuais senhas e cartões. Cartão com chip Enquanto a
biometria não domina todo o espaço bancário, instituições financeiras e
operadoras mudaram os cartões de crédito. Agora, a ferramenta conta com
chip. E para que a compra seja autorizada, é necessário dar uma senha,
assim como nos pagamentos realizados com débito. Adotam o serviço
empresas como Banco do Brasil, HSBC, Bradesco, Itaú Unibanco e
Credicard. As principais bandeiras de cartões que atuam no Brasil, Visa
e Mastercard, também já estão exigindo dos bancos as mudanças para
evitar fraudes e clonagem dos cartões. Toda forma de segurança é muito
bem-vinda O empresário do setor de serviços, Júlio Cezar Levoni, tem
vários cartões e contas em bancos. Nunca passou pelo drama de ter seus
dados clonados ou falsificados. Mas ele acha positivo que todas as
agências modernizem seus sistemas para proporcionar mais segurança para
os clientes. Levoni, que é cliente do Bradesco, já está ansioso para
fazer o seu cadastramento biométrico. “Vou fazer da minha
conta-corrente e da conta da minha empresa. Acredito que toda forma de
serviço que aumenta a segurança deve ser colocada em prática. Meus
cartões de crédito já tem chip e senha”, afirma. Segundo o empresário,
a única preocupação é com os avanços tecnológicos das organizações
criminosas. “Além da leitura biométrica, acredito que os bancos vão ter
que continuar a oferecer senhas para os clientes executarem os
serviços. Dessa forma, sinto-me menos preocupado”. Tecnologia blindada
contra clonagem e falsificação As novas tecnologias bancárias têm
grande vantagem. Elas são blindadas a fraudes, clonagens e a
falsificações, garantem as empresas. “As pessoas terão algum
identificador, que vai nascer com ela ou ser colocado no seu corpo.
Quando fizerem compras serão reconhecidas e as contas debitadas
automaticamente”, disse Marcelo Lau, diretor da Data Security, consultoria
de investigação de crimes eletrônicos. Segundo o presidente da
Associação dos Representantes de Bancos do Espírito Santo (Arbes),
Jorge Eloy, as instituições investem mais de R$ 6 bilhões por ano em
segurança. “A biometria vai dificultar a vida de pessoas ligadas a
organizações criminosas. No entanto, hoje ainda não é possível dizer
essa é a forma mais segura. Ninguém sabe até que ponto os criminosos
também vão evoluir em tecnologias para burlar o acesso e cometer
crimes”, afirma. As dúvidas sobre a segurança do novo sistema ainda são
evidentes entre a população. Alguns bancos contrataram hackers para
invadirem os novos sistemas com a intenção de verificar até que ponto
são frágeis. Para não deixa nenhuma brecha, as empresas vão atacar os
seus sistemas e, ao mesmo tempo, encontrar soluções para impedir
possíveis acessos criminosos. A expectativa é de que, além das agências
bancárias, o comércio seja atendido pelas mudanças. Quando fizer uma
compra, os dados da conta do cliente serão reconhecidos e o débito será
feito automaticamente. Para impedir falsificação de cheques, o Banestes
é um dos pioneiros do país a adotar a compensação digital. A análise do
documento será feito por escâner e poderá ser pago, de forma on-line,
em qualquer agência da rede. Serão instalados 900 aparelhos em 153
pontos do Banestes, segundo a empresa de tecnologia ATP.