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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial existe no Brasil desde 1987, reunindo profissionais de diversas áreas interessados em pesquisar e tratar transtornos de sáude mental. As primeiras manifestações se fizeram sentir ainda na década de 70 como uma crítica ao modelo assistencial centrado no hospital psquiátrico e trouxeram à tona as questões relativas à exclusão da loucura em nossa sociedade. Inspirado na experiência italiana de desinstitucionalização psquiátrica a partir do trabalho de Franco Basaglia e tendo como interlocutor Michel Foucault (1926-1984), o movimento, de caráter social, buscou no início uma humanização do hospital psquiátrico através da complementação deste modelo com ambulatórios, hospitais-dia, etc;.

Entretanto, reflexões e práticas acabaram por mostrar que a existência mesma do hospital psquiátrico encontrava-se indissociavelmente atrelada a uma concepção excludente da loucura: o mito da periculosidade dos loucos assim como o da sua incapacidade.
Uma grande vitória nesta luta aconteceu em 2001 quando o Senado aprovou o Projeto de Lei nº 10.216 de autoria do deputado Paulo Delgado (PT/MG) que prevê a extinção progressiva dos manicômios.

Ora, sabemos que a sociedade atual é levada por uma lógica capitalista e excludente. Segundo esta lógica é segregado e excluído todo indivíduo que lhe quebra o padrão ou denuncia, através de sua ação ou reação, as suas contradições. Este é muitas vezes o caso do doente mental pois sua doença o torna um improdutivo social e econômico. Nesta lógica que forja a diferença como sendo uma coisa ruim, exclui-se e segrega-se também o doente mental devido à sua não participação ativa e direta no modelo econômico.

O Movimento Nacional Da Luta Antimanicomial trabalha por uma dimensão social mais aberta e coletiva de se conceber e tratar a doença mental buscando assegurar os direitos civi, políticos e sociais dos que sofrem com transtorno mental. O movimento, amparado por esta dimensão social, entende que a produção da loucura que aparece em alguns não pode ser observada por um processo interno apenas, como se fosse algo que o indivíduo, e só ele, carrega nos ombros, isolado do contexto em que foi produzido.

É justamente esta dimensão social da loucura, trazida à tona pelo Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, que nos permite sua aproximação com os museus de modo geral pois ambos buscam ressaltar a importância de uma consciência social onde a troca de experiências e a valorização das diferenças são ressaltadas como aspectos fundamentais para a constituição das identidades, sejam elas coletivas ou individuais.

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