Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e diasno vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Este poema foi musicado por Fagner. Das primeiras coisas, pouquíssimas coisas que aprendi com Helinho Sampaio no violão. Muito bom!
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