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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

SP ganha maior ambulatório psiquiátrico do Brasil


Modelo inédito de atendimento em saúde mental irá tratar pacientes com quadros mais graves, mas que não necessitam de internação

A Secretaria de Estado da Saúde entrega nesta terça-feira, 10 de agosto, o maior ambulatório psiquiátrico do Brasil. O AME-Psiquiatria (Ambulatório Médico de Especialidades) Vila Maria, na zona norte da capital, faz parte de um modelo inédito de atendimento em saúde mental, que irá atender pacientes com quadros clínicos mais complexos, mas que não necessitam de internação. O investimento foi de R$ 1,8 milhão na reforma e adequação do espaço físico do prédio.
No AME-Psiquiatria haverá atendimento exclusivo para os grupos principais de portadores de doenças mentais, que são os depressivos e com transtorno bipolar, os dependentes de álcool e drogas, os pacientes com transtornos psicóticos e esquizofrenia e idosos com transtornos mentais, além de psiquiatria infantil e adolescente.
O projeto terapêutico do AME uniu três dos principais especialistas em psiquiatria do Brasil: Ronaldo Laranjeira, da Unifesp, Valentim Gentil Filho, do Hospital das Clínicas da FMUSP, e Sérgio Tamai, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Quando estiver operando em plena capacidade, a unidade poderá realizar até 39,2 mil consultas psiquiátricas e 14,4 mil consultas não-médicas com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, por exemplo. A manutenção da unidade deverá custar cerca de R$ 6 milhões ao ano.
Com modelo totalmente inovador, o AME-Psiquiatria receberá os pacientes encaminhados de outras unidades de saúde, estaduais ou municipais. Lá, eles passam por uma triagem, onde são avaliados, enquadrados nos grupos pré-definidos de patologias e encaminhados para as alas de tratamento específicas.
Na unidade, todos os detalhes foram pensados especificamente para o tipo de atendimento realizado. Os vidros das janelas e portas são revestidos com uma película que não permite ser estilhaçado, há uma ala para observação de pacientes em surto, área de convívio externa e brinquedoteca para crianças que estiverem aguardando pelo atendimento.
É um modelo terapêutico único e inédito na área da saúde mental, porque não exige internação do paciente, embora dê amparo total para os casos mais complexos. O paciente só é encaminhado novamente para uma unidade que trata problemas psiquiátricos leves, como os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) quando seu problema estiver inteiramente controlado, afirma o secretário de Estado da Saúde, Nilson Ferraz Paschoa.

Secretaria de Estado da Saúde

Assessoria de Imprensa

(11) 3066-8707 / 8708

4 comentários:

  1. Só espero que esse modelo não seja incoerente com a luta.
    Vindo de São Paulo, dá para desconfiar.
    O super herói José Serra 'resolve tudo' e, diz uma coisa muito linda e faz outra, pode estar tendo uma ação 'maravilhosa' para salvar os 'normais' dos loucos e, passando por cima 'dessa gente que é contra os manicômios' (que atrapalha muito os objetivos de um neo liberal).
    Sinceramente estou torcendo para que não seja isso, e, se for, ainda fico torcendo para que os profissionais que lá estão, não tenham o mesmo posicionamento político-ideológico do super-super José Serra.

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  2. Tábata e colegas,

    vocês têm alguma dúvida de que este serviço seja contrário aos princípios da reforma???
    Eu não tenho: é contrário sim!

    Vejam bem:

    "[...] modelo inédito de atendimento
    em saúde mental" [...] " totalmente inovador" - o que há de inédito e inovador em um ambulatório organizado por patologias?

    "[...] triagem, onde são avaliados, enquadrados nos grupos pré-definidos de patologias e encaminhados para as alas de tratamento específicas" - o que há de inovador e inédito em enquadrar as pessoas por patologias e montar alas espécíficas a partir desse critério?

    "[...]Os vidros das janelas e portas são revestidos com uma película que não permite ser estilhaçado, há uma ala para observação de pacientes em surto" - O que há de inovador em entender que as pessoas com problemas mentais são tão perigosas que os vidros precisam ser protegidos de ser estilhaçados? e em colocar as pessoas em surto sob 'observação'?
    As pessoas precisam de cuidados, acompanhamento e escuta e não de ficarem em abservação!
    A única novidade deve ser o tamanho gigantesco. Mas, o que há de "modelo terapêutico único e inédito" em um serviço enorme, com alas separadas por patologias, que reúne consultas diversas para casos diferentes, mas todos devidamente 'enquadrados' e observados enquanto os profissionais ficam protegidos por estrutura que já supõe de partida que as pessoas que serão atendidas são perigosas e violentas????
    Ninguém se lembra de algo parecido com isso? Bem, quando li eu me lembrei da organização dos asilos de 'alienados mentais' por Pinel lá no início da idade moderna e um tanto da proposta da chamada 'grande internação'.
    Claro: ali não se propõe internação!!! Mas para onde acham que um modelo destes vai encaminhar aqueles avaliados como em estado grave??? Alguém dúvida de que será para os hospitais psiquiátricos???
    Pois, como se lê na reportagem: "O paciente só é encaminhado novamente para uma unidade que trata problemas psiquiátricos leves, como os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) quando seu problema estiver inteiramente controlado"!!!!!!!!!!!!!! Notaram a desqualificação dos CAPS como serviços que tratam só de 'casos leves'??? Notaram a presunção/pretensão de "tratar ' das pessoas até seu problemas estar "inteiramente controlado"???

    Sabemos que há momentos em que as pessoas ficam violentas e podem mesmo oferecer risco para si e para os outros. E temos que saber avaliar isto e cuidar também nesses momentos! Ainda que seja necessária continência maior e até contenção, que isso seja feito com competência, mas também e ao mesmo tempo com respeito à subjetividade e ao processo de cuidado que inclua o sujeito, sua fala, seus desejos e seu percurso na vida. Quando precisamos agir nas situações limite e isso é feito dentro de um processo de cuidado no qual a pessoa tem vínculo e é respeitada, a atuação extrema é entendida como cuidado, pois só acontece realmente se necessária. Não porque se parte do princípio da periculosidade das pessoas.

    E os CAPS fazem isso: cuidam e acolhem com respeito e competência! Podem e devem - de acordo com a portaria que os regula e com os princípios da reforma e antimanicomiais - acolher, cuidar, acompanhar casos graves e descompensados! Se algum CAPS recusa acolher a crise, vamos brigar para que este serviço assuma seu papel substitutivo!!!

    Não nos deixemos enganar: a lei e as conquistas que tivemos não recusam a internação, não recusam o bom uso do conhecimento e dos recursos de saúde, mas trazem princípios essenciais que não podem ser deixados de lado "Em nome da razão" (lembram do documentário com este nome que nos mostra o que já foi feito em nome da razão? (documentário sobre o Hospital Psiquiátrico de Barbacena, de Humberto Ratton - espero que tenha me lembrado corretamente do nome!)

    Este serviço é um tentativa midiática de se reinventar o manicômio e nada mais que isso!
    Beijos a todos,

    Andréa Romanholi

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  3. Oi colegas,

    continuando:

    Bem, sou total e completamente a favor de que os serviços devam atuar com competência técnica e ter como objetivo fazer o melhor possível no cuidado das pessoas. Mas isto não pode significar enquadrá-las, observá-las, controlá-las. O objetivo é reduzir o sofrimento e contribuir para que alcancem uma vida a mais autônoma e 'feliz' possível, mesmo se existirem limitações e necessidade de tratamento contínuo. Não trabalhamos com modelos de comportamento ou bom comportamento! Trabalhamos com diferenças e buscando um mundo em que caibam diferentes modos de ser e de viver.

    Sabemos que há momentos em que as pessoas (qualquer pessoa) ficam violentas e podem mesmo oferecer risco para si e para os outros. E temos que saber avaliar isto e cuidar também nesses momentos! Ainda que seja necessária continência maior e até contenção, que isso seja feito com competência, mas também e ao mesmo tempo com respeito à subjetividade e ao processo de cuidado que inclua o sujeito, sua fala, seus desejos e seu percurso na vida. Quando precisamos agir nas situações limite e isso é feito dentro de um processo de cuidado no qual a pessoa tem vínculo e é respeitada, a atuação extrema é entendida como cuidado, pois só acontece realmente se necessária. Não porque se parte do princípio da periculosidade das pessoas.

    E os CAPS fazem isso: cuidam e acolhem com respeito e competência! Podem e devem - de acordo com a portaria que os regula e com os princípios da reforma e antimanicomiais - acolher, cuidar, acompanhar casos graves e descompensados! Se algum CAPS recusa acolher a crise, vamos brigar para que este serviço assuma seu papel substitutivo!!!

    OS CAPS existem para cuidar dos casos mais graves e, em rede, poder se integrar com as Unidades de saúde, os ambulatórios, os serviços de leitos em hospitais gerais, a família e a comunidade, enfim todos os recursos para o cuiado nos diferentes momentos da vida e do sofrimento.

    Se é possível, que o cuidado seja feito nas Unidades, se a crise se mostra muito aguda e realmente se precisa da internação, que se busque leitos em hospitais gerais e que se brigue para que o CAPS se transforme em CAPS III!

    Não nos deixemos enganar: a lei e as conquistas que tivemos não recusam a internação, não recusam o bom uso do conhecimento e dos recursos de saúde, mas trazem princípios essenciais que não podem ser deixados de lado supostamente "em nome da razão" e da ciência!

    Lembram do documentário com este nome que nos mostra o que já foi feito em nome da razão? - documentário "Em nome da razão" sobre o Hospital Psiquiátrico de Barbacena, de Helvécio Ratton (acho que agora coloquei o nome certo!)Se alguém ainda não viu, procure assistir para reavivar a certeza de que não podemos deixar qualquer coisa ser feita com base no argumento (supostamente) científico.

    Beijos a todos,
    Andréa Romanholi

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  4. É um hospício moderno? Então estamos regressando? Nao acreditar que CAPS é melhor é insanDice!Querem quanto por dia para as internaçoes?Sim, porque serão internados, não tenhamos dúvidas disso, apesar do texto dizer que não.Porque não montam estruturas desta magnitude nos CAPS?
    Este zé dos remédios já fez muita arte na área de saúde, não acham não?

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