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domingo, 11 de julho de 2010

USUÁRIO DE CRACK BUSCA SOCORRO TARDIO

GUERRA ÀS DROGAS jornal zero hora

Pesquisadora paulista fala sobre o perfil de quem usa a droga em congresso internacional na Capital  

O universo particular e marginal dos usuários de crack prende a atenção da pesquisadora Solange Nappo, integrante do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), há duas décadas, e doutora em ciências. Estudos apontam, segundo ela, que a busca tardia pelo tratamento é ponto comum entre os viciados e as infindáveis recaídas os distancia da cura, mais do que entre dependentes de outros tipos de entorpecentes.Questões como essas serão detalhadas, nesta manhã, pela pesquisadora, durante o 1º Congresso Internacional Crack e Outras Drogas, em Porto Alegre. Participam do evento, conferencistas da Argentina, México e Colômbia, além do Brasil. Ontem, mais de 1,2 mil pessoas de nove Estados brasileiros se encontraram para discutir estratégias de combate ao crack na abertura do evento. Ficou com Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a tarefa de iniciar os debates. O ex-presidente do STF classificou o crack como uma maldição e desaconselhou a adoção de severidade em julgamentos envolvendo usuários e traficantes.– Impor penas mais duras não vai contribuir, porque se corre o risco de não serem cumpridas. É importante, sim, que a sociedade esteja atenta, trabalhando na prevenção – afirmou.

O ministro citou países que adotaram uma posição mais liberal com relação às drogas, mas disse que o Brasil não está preparado para isso.

– É muito difícil fazer o teste da tragédia. É como acender o fósforo para ver se o tanque está cheio – comparou.

Em seguida, foi a vez do médico psiquiatra Flávio Pechansky falar sobre as pesquisas existentes ligadas ao crack. Pechansky defende a internação do usuário de drogas em um leito comum do Sistema Único de Saúde (SUS), onde ele possa ser contido.

As ações do Grupo RBS foram apresentadas pelo gerente executivo da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, Alceu Terra Nascimento. Em um ano da Campanha Crack, Nem Penssar, segundo ele, houve um aumento de 42% das denúncias pelo serviço nacional de orientações e informações sobre a prevenção do uso indevido de drogas (Vivavoz) no Rio Grande do Sul e, de 39%, em Santa Catarina.

Ideias para combater a pedra - Solange NappoUm dos focos do trabalho da pesquisadora - Solange Nappo é mostrar como o tráfico se organiza para distribuir e implantar a droga em um determinado local.

Tratamento O usuário de crack é considerado singular pela pesquisadora. Ele busca tratamento apenas quando teme morrer e não como outros grupos que temem contrair doenças. Quando chegam até um profissional, geralmente, já se afastaram da família, do emprego e perderam a dignidade.

– Os colegas vão morrendo ou são presos pelos furtos que praticam para manter o vício. Um dia ele percebe que o próximo será ele.
Recaída Mesmo com estudos aprofundados sobre o tema, ainda não foi encontrado um tratamento eficaz no combate ao crack devido às inúmeras recaídas as quais os usuários estão sujeitos.

– Até agora não encontramos um tratamento efetivo, mas diversas possibilidades são testadas. O maior problema é que as recaídas são muitas. E, quando eles voltam a utilizar o crack, retornam ao mundo de marginalização no qual estavam inseridos.
Cura Solange se baseia em relatos de pessoas que conseguiram viver mais de oito anos sem o uso do crack para defender que existe possibilidade de cura. Ela compara o viciado com um doente crônico, dependente de auto-observação eterna, mas com chances de se livrar do problema.
Inteligência no tráfico O tráfico é um dos setores mais organizados da sociedade, argumenta:

– Os traficantes vivem de criar alternativas para aumentar a expectativa dos clientes. Além disso, eles criam hábitos, querem atingir todas as classes sociais.

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